História

Pré-história

Chama-se pré-história brasileira ou período pré-cabralino, o momento para a história do Brasil antes da chegada do navegador português Pedro Álvares Cabral, em 1500.

Porém há uma mudança de conceitos, uma vez que, antes da chegada dos portugueses, vários povos nativos já residiram aqui.

A partir de evidências arqueológicas, se concluiu que a presença humana no território do Brasil data de, pelo menos, 12 mil anos.  Os habitantes da pré-história brasileira eram caçadores-coletores, povos agricultores e povos do litoral.

Os sítios arqueológicos são locais onde foram detectados a presença de seres humanos na pré-história, como o Boqueirão da Pedra Furada (PI), onde um grupo de arqueólogos notificou a presença de facas, machados e fogueiras com aproximadamente 48 mil anos. A Serra da Capivara (PI) apresenta famosas pinturas rupestres (o local é muito visitado por cientistas do mundo inteiro, mas pouco conhecido pelos Brasil. Em Lagoa Santa (MG), foi encontrado o fóssil Luzia, que teria vivido de 12,5 a 13 mil anos.

Entre os litorais do ES e dos RS, existem os chamados “Sambaquis”, que são conchas descartadas que cresceram a partir do amontado de moluscos, sendo aproveitados para construção de casas.

Na Região de Santa Maria (RS) e municípios vizinhos, há um grande patrimônio paleontológico, com fósseis de dinossauros, datados de milhões de anos e reconhecidos internacionalmente por entidades da área

Chegada dos Portugueses

Já está comprovado historicamente que existiam povos brasileiros há mais de 15 mil anos antes do considerado início oficial da História do Brasil, em 22 de abril de 1500, pela esquadra do navegador português Pedro Álvares Cabral. E, por conta disso, o termo “Descobrimento do Brasil” já está em desuso por boa parte dos textos acadêmicos e didáticos da atualidade, utiliza-se, preferencialmente “Chegada dos Portugueses ao Brasil”.

O fato ocorreu na região de Porto Seguro, na Bahia. Em busca das especiarias e de rotas alternativas para comércio com os países asiáticos (ocupados pelos turcos no século XV), os portugueses chegaram ao território que, mais tarde, tornara-se o Brasil.

Confira a Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal (site da Biblioteca Nacional).

Brasil Colônia

No século XV, as grandes potências europeias eram Portugal e Espanha (Reino de Castela). Para ampliar os mercados consumidores e o comércio de especiarias, os dois países aventurarem-se na busca de novas terras além da Europa. Não era possível ir para as chamadas “Índias”, no continente asiático,  a partir da Europa, pois os povos de alguns países do Oriente Médio não permitiam que as caravanas da Península Ibérica passassem por suas terras. Então, em 1492, Cristóvão Colombo, chega onde, tempos depois, se consolidaria como o Continente Americano. Muitos historiadores colocam a República Dominicana, nas Antilhas / América Central, como o primeiro país onde Colombo desembarcou.

O tratado de Tordesilhas foi um acordo entre o reino de Portugal e o reino de Castela, celebrado em 7 de junho de 1494, na cidade de Tordesilhas (Espanha), e tinha como objetivo a divisão do novo mundo entre castelhanos e portugueses, por um meridiano a 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde, na África. As terras à leste do meridiano eram portuguesas, e parte oriental pertenceria a Portugal, e a ocidental, à Espanha. No Brasil, esta linha fazia divisas das terras entre Belém do Pará e Laguna (SC).

Em 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral, assim como Cristóvão Colombo, optou por tentar, em sua expedição, navegar em sentido oeste. No dia 22 de abril, terras onde atualmente se situam as cidades de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, no sul da Bahia, foram avistadas, e muitas pessoas que lá residiam ficaram surpresas.  Cabral acreditava que tinha chegado à região das Índias, daí o surgimento do termo “índios” (atualmente, é recomendado referirse “índios” como povos indígenas, uma vez que há, até hoje, uma diversidade cultural e de idiomas deles em várias partes do país).

Em maio de 1500, rezou-se a primeira Missa do Brasil, por Henrique de Coimbra, frade e bispo português. Também na Chegada dos Portugueses ao Brasil, destacouse a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal.

O período colonial brasileiro se estende de 1530 (marcado pela missão “exploradora” de Martim Afonso de Souza) a 1815 (quando o Estado do Brasil passou a ser o Reino de Portugal, Brasil e Algarves). Foi um momento histórico bastante conturbado, mas com uma grande expansão do território conquistado.

Em 22 de janeiro de 1532, foi fundada a primeira cidade do Brasil: São Vicente, no Litoral Paulista.

O comércio, neste período, era exclusivo com a Metrópole, Portugal. Quase todas as riquezas eram levadas para a Europa.

Muitas invasões estrangeiras aconteceram nesses períodos. Holandês e Franceses tentaram as terras existentes, mas foram expulsos nos conflitos, entre os séculos XVI e XVIII.

A escravidão era muito comum e iniciou-se por volta de 1550.

No século XVIII, já havia a luta pela identidade brasileira. Diversas explorações e expedições foram realizadas para ocupação do interior brasileiro, uma vez que a maior parte da população se concentrava junto à costa.

Em alguns estados, haviam disputas de anexações de território, devido à luta entre espanhóis e portugueses pela conquista das regiões da América do Sul, baseadas nos tratados surgidos a partir da catequização dos povos indígenas, nas chamadas Missões Jesuíticas.

Neste período, destacam-se, ainda, os ciclos do café e da cana-de-açúcar, no Sudeste e Nordeste, respectivamente, que geraram o crescimento populacional e econômico de grandes cidades nessas regiões.

Em 1808, a Família Real Portuguesa promoveu avanços para o país, que já tinha uma certa emancipação de Portugal. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I declarou a Independência do Brasil. Este fato marcou o fim do Brasil Colônia, e Dom Pedro I tornou-se Imperador do Brasil, dando início ao período do Brasil Império, que iria até 1889.

Brasil Império

O Brasil Império é ao período compreendido entre a Independência do Brasil (1822), onde houve a efetiva emancipação de Portugal, à Proclamação da República (1889).

Desde 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, muitos avanços já ocorriam em relação aos séculos anteriores, como a abertura dos portos às nações amigas, a criação do Banco do Brasil e da Biblioteca Nacional.

Dividiu-se em três fases:

Primeiro Reinado: entre 1822 e 1831, foi marcado pelo autoritarismo de D. Pedro I, que afetou as relações com a elite da época. Com isso, ele renunciou ao cargo.

Período Regencial: De 1831 a 1840: Dom Pedro II ainda não tinha condições de assumir o trono, por conta de sua tenra idade. Com isso, regências tiveram que ser realizadas. O termo Regência vem do latim regentia, que significa

“governo temporário instituído em um país durante um impedimento do chefe de Estado, especialmente de um monarca”. Esse período foi caracterizado por brigas e revoltas de províncias.

As principais revoltas do Período Regencial foram as seguintes:

  • Cabanagem, na Província do Grão-Pará (1835 – 1840);
  • Guerra dos Farrapos (ou Revolução Farroupilha), na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (1835 – 1845);
  • Revolta dos Malês, Província da Bahia (1835);
  • Sabinada, na Província da Bahia (1837 – 1838);
  • Balaiada, na Província do Maranhão (1838 – 1841).

O motivo para a ocorrência destas revoltas foi a instabilidade política que havia no país e as más condições de vida das populações menos favorecidas.

Segundo Reinado: Entre 1840 e 1889; período mais estável da Monarquia, quando D. Pedro II permaneceu por quase 50 anos.

A participação na Guerra do Paraguai, a Lei Áurea (fim da escravidão) e a imigração europeia             foram grandes  eventos deste período. A Monarquia Brasileira teve seu fim em 1889, com um golpe militar que culminou na Proclamação da República.

Brasil República

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República, depois da queda do Império. Iniciava-se uma nova fase no país, que ainda não era democrático naquele ano e vivia em um conflito entre monarquistas e republicanos.

O primeiro presidente civil foi Prudente de Moraes. A partir dali, surgiu a  política do Café com Leite, por conta do poder ter sido alternado entre fazendeiros de Minas Gerais (maiores produtores de laticínios) e São Paulo (maior produtor de café). Mas em 1930, um golpe de Estado colocou Getúlio Vargas no poder, dando início à Era Vargas. O governo de Vargas foi voltado para os militares, temendo a ascensão do comunismo, que surgiu e se espalhou por vários países a partir da Revolução Russa, em 1917.

A Era Vargas foi austera (no período do Estado Novo, havia a censura, a ausência de liberdade). Não aguentando as pressões, Vargas se suicidaria em 1954, após escrever uma carta-testamento, onde em seu final dizia a famosa frase “Saio da vida para entrar para a História“.

A República Liberal (1946 – 1964) foi marcada por uma maior aproximação com a democracia, dando espaço para governos de maior apoio popular, como Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, foram eleitos com grande apoio popular.

Nacionalista, o governo de João Goulart fez um governo voltado para o povo, com defesa da Reforma Agrária e da nacionalização das empresas de petróleo. Os militares consideraram o discurso como subversivo e instaurando o Regime Militar (entre 1964 e 1985).

Foi um período com grande autoritarismo e falta de liberdade, objetivando o bloqueio de um possível avanço comunista. Durou até 1985, com as eleições realizadas pelo colégio eleitoral e a vitória de Tancredo Neves, que faleceu dias depois, em 21 de abril. Em 1989, ocorreu a vitória de Fernando Collor de Mello (que renunciou ao cargo no final de 1992, antes da votação do impeachment no Senado). O vice, Itamar Franco, assumiu a Presidência da República.

Na sequência, foram eleitos, para os seguintes mandatos: Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002, primeiro presidente reeleito); Luís Inácio Lula da Silva (2003 a 2010); Dilma Rousseff (2011 a 2016); e Jair Bolsonaro (2018 a 2022). Em 2016, ocorreu o impeachment de Dilma Rousseff; assumiu o vice, Michel Temer, até 31/12/2018. E, em 2022, Lula venceu a eleição (derrotando Bolsonaro, que tentava a reeleição), indo para o seu terceiro mandato (de 2023 a 2027).